sábado, janeiro 22, 2005

O tempo...

O tempo corre não é verdade? Corre e não pára. No outro dia era um puto... uma pequena criança que corria pelo jardim acompanhado pelo cão, subia à árvore do seu jardim, um Plátano com tantos metros de altura que não os conseguia contar, e com cuidado espreitava do alto... olhava o que o rodeava, olhava com curiosidade o além, o desconhecido, encontrando sempre nesse além algo de novo. Algo porque lutar. Algo para lutar.

Hoje, agora, no preciso momento da minha vida o tempo ainda não parou, e apressa-se a dizer-me que é fim de dia, e por conseguinte início de um novo dia. Será que observo o além? O que observo eu? Onde estou eu? Que quero para mim, que quero de mim? Devo subir à árvore outra vez? Que árvore?! Onde existe ela agora? Não sei. Não tenho um jardim, nem um Plátano, nem um cão, nem alguém para me dizer "Gustavo, são horas de vir para casa". O tempo dir-me-á o que fazer, o que subir, ou o que descer? Dirá? É que estou cansado... cansado de esperar que as coisas mudem. Não mudarão enquanto eu não for capaz de ir subindo um ramo de cada vez, dia após dia, perdendo o medo de cair…cair e magoar-me, uma vez mais... pois não? -"Pois não".

Gustavo

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