Portela, 27 de Setembro de 2006
21h45min
Luzes. Janelas. Muitas. Estores brancos a tapar algumas janelas. Outras abertas. Pessoas. Pessoas lá dentro. Vidas. Vidas diferentes. Felizes? Carros lá em baixo, nós cá em cima. Vozes de pessoas, alguns cães ladrando.
Desliguei o candeeiro.
Toda a luz que me retirava a atenção para o exterior foi eliminada. Observo. Quem são vós? Estamos tão perto, mas tão afastados... acendo a luz e escrevo.
Na maior parte das casas as luzes estão apagadas, como/e os estores estão fechados, os prédios parecem seres sem vida, inanimados...
Um avião ao longe..nuvens, um céu escuro mas iluminado por uma poluição visual que fez esquecer as estrelas como também a nossa ingóbil e pequena existência neste mundo.
Luzes acendem-se. Apagam-se. Pessoas andam pelas casas, mudam de divisão, projectam algo, andam, movem-se, pensam.... Noutras janelas somente as cortinas escondem as realidades, as luzes por detrás não se perdem completamente... é como dissessem: "não tenhas medo, não fugi, estou aqui, não me escondi ou nem me refugiei bem longe, sossega".
Suspiro. Sossego. Tento-o. Amanhã é outro dia. Hoje foi hoje e amanhã é amanhã...
"É assim porque é"...
Gustavo Neves Lima
1 comentário:
FLASH (isto era uma luz. Claro que foste logo a correr. Mas não era para a fotografia. Era da cozinha da porteira. Do prédio da frente, claro. Egocentrico da treta...)
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