quinta-feira, maio 05, 2005

O Autocarro

    Ele move-se. Move-se por causa de nós. Eles têm um motor, mas que importa? Podem ter toda a potência do mundo, que importa? São movidos. Precisam de um Condutor.
   O Condutor guia; conduz. Guia, neste caso, o autocarro. Eu estou somente ca dentro. Sou as conduzido. Contudo, todo o autocarro também tem uma vida interior. Branca luz, Luz branca. Amarela a cor das paredes. Bancos com estofos das mais variadas cores. Vidros Sujos. Tecto picotado a branco. Plástico. Parece novo. Pessoas: umas a conversar; outras a observar algo que não faço a menor ideia do que seja (em que pensam?) ;outras devem indagar-se sobre algo (será?); outros dormem (sonham?); outros ouvem música. Estamos a ser guiados também? Pelo menos até ao fim da viagem que nós escolhemos anteriormente. Depois não existe um Condutor. Passo a ser eu a conduzir e a guiar? Sim. Não. Talvez. Não sei. Realmente não sei. Eu não Existo sozinho. Existo porque mais algúem Existe. Seja esse alguém, alguém, ou não. Seja quem seja, seja o que seja,não é?. Existo pelos Outros. Os outros que amo. Que adoro. Que gosto. Que não gosto. Que odeio. Por aqueles e aquilo que conheço. O conhecido faz querer-me Existir agora. O desconhecido? Mover-me para o campo conhecido sempre que uma pessoa seja bem guiada. A condução faço eu.
Movo-me então...

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