quinta-feira, setembro 28, 2006

Sento-me e observo...

Portela, 27 de Setembro de 2006
21h45min


Luzes. Janelas. Muitas. Estores brancos a tapar algumas janelas. Outras abertas. Pessoas. Pessoas lá dentro. Vidas. Vidas diferentes. Felizes? Carros lá em baixo, nós cá em cima. Vozes de pessoas, alguns cães ladrando.

Desliguei o candeeiro.

Toda a luz que me retirava a atenção para o exterior foi eliminada. Observo. Quem são vós? Estamos tão perto, mas tão afastados... acendo a luz e escrevo.

Na maior parte das casas as luzes estão apagadas, como/e os estores estão fechados, os prédios parecem seres sem vida, inanimados...

Um avião ao longe..nuvens, um céu escuro mas iluminado por uma poluição visual que fez esquecer as estrelas como também a nossa ingóbil e pequena existência neste mundo.

Luzes acendem-se. Apagam-se. Pessoas andam pelas casas, mudam de divisão, projectam algo, andam, movem-se, pensam.... Noutras janelas somente as cortinas escondem as realidades, as luzes por detrás não se perdem completamente... é como dissessem: "não tenhas medo, não fugi, estou aqui, não me escondi ou nem me refugiei bem longe, sossega".

Suspiro. Sossego. Tento-o. Amanhã é outro dia. Hoje foi hoje e amanhã é amanhã...

"É assim porque é"...

Gustavo Neves Lima

1 comentário:

DFaria disse...

FLASH (isto era uma luz. Claro que foste logo a correr. Mas não era para a fotografia. Era da cozinha da porteira. Do prédio da frente, claro. Egocentrico da treta...)